15 de agosto de 2010

"The Show Is Over: Say Goodbye."

Sempre me surpreendo com isso; não que seja uma novidade, mas é sempre uma cena forte assistir: quando todas as cortinas caem e o ator se revela apenas ator, juntamente com seu ego culpando o roteiro, a direção e tudo mais. Juro que não há juízo de valor, apesar de o palco ser tão próximo que assusta... surpreende. No fundo, acho que fico maravilhado quando acontece. Maravilhado no sentido Lewis Carroll.

É tão complexo ser e estar e enxergar as pessoas serem... e estarem. É tão absurdo vê-las transferir a culpa para algum demônio, alguma falha técnica. É tão assustador se colocar no lugar delas.

Às vezes recai no massante cliché da simplicidade... realmente tudo é mais simples do que imaginamos. É longe de fácil, porém! Como parafraseia Acid Queen "nobody said it was easy." E quer saber, a culpa é nossa, porque ninguém realmente disse que era. Por alguma ilusão abobalhada, que erroneamente nomeamos esperança, achamos que daremos conta, tiraremos de letra. Contudo, ninguém disse que seria fácil... mas é simples! rs

Um dos melhores ensinamentos cabalísticos que aprendi é o de observar as pessoas e seus ditos problemas quando achamos que temos muito a carregar. Por que costumamos solucionar o problema dos outros com tanta facilidade? Porque obviamente não estamos vivendo-o. Isso é muito bom, mas é tão estúpido quando não conseguimos fazer a simples matemática de aplicar na nossa conta. Se funciona com fulano, por que essa solução não funcionaria comigo?

Muitas vezes funciona sim! E por que não aplicamos em nós? Porque é muito melhor e mais narcisicamente edificante acharmos que nosso problema é insolúvel. Isso nos leva ao Oscar! Então, hoje, quando eu vi uma verdade, eu me toquei o quão leves são meus problemas. Tenho consciência de muita coisa que passa comigo; o que não sei, investigo. Tantas pessoas que amo e admiro têm dificuldades extremas em lidar com isso, apelando para a negação, culpando o roteirista.

Nesse meu estado espectante, quanto mais vejo as pessoas, mais tenho vontade do silêncio.

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