16 de outubro de 2010

#SongDuJour 1



Britney Spears é pura perfeição pop! Há poucas divas pop que ainda dividem tanto as opiniões como ela; nessa vida há mais de dez anos, a persona de Spears e seus escândalos sobrepuseram-se à sua música, muitas vezes injustamente. Poucos dão atenção ao fato de que ela... é detentora de um apanhado dos melhores singles da última década, mesmo que todos se acabem com eles na buatchy.

Cínicos dizem que ela deve isso a seus produtores, mas a verdade é que, apesar de vocalmente limitada, Britney tem a qualidade essencial para ser uma cantora Pop: performance. Tente imaginar "Baby One More Time" sob os gritos de Christina Aguilera, ou Beyoncé gozando "I'm A Slave 4 U", sem a ingenuidade e senso de humor safado de Spears. Com o produtor certo ela é capaz de brilhar e imprimir em suas canções uma assinatura única.

"Unusual You" é uma música do "Circus" que não foi single. Porém, ela é uma das melhores do catálogo de Spears. Esta balada uptempo é um certificado da qualidade estrelar de Britney no estúdio. Seu desempenho exala uma doçura quase melancólica, enquanto ela descreve a surpresa em encontrar um amante que não a põe pra baixo.

Interessante também é a produção de Bloodshy & Avant [os responsáveis por seu topo: "Toxic"], semelhante ao trabalho mais melódico e orgânico da dupla no coletivo Miike Snow. O arranjo em momento algum duvida de si mesmo, mantendo o ânimo alto com uma batida eletrônica bem pontuada, mas sem medo de nos fazer desacelerar e apenas flutuar. O melhor disso é que Britney se mostra aqui em um dos momentos mais auto-confiantes de sua carreira.

#VideoDuJour 4



okay katy perry, you win! estou oficialmente viciado em "teenage dream" - a canção. ainda continuo achando o álbum uma porcaria pop geral e esse vídeo é um clichê audiovisual tão grande que você literalmente se concentra no abdo-fenomenal de Josh Kloss [o cara que ela come no clipe].

o problema de katy perry é que ela é um tédio bem enorme. quando o assunto é pop, não gosto de cantoras, meu negócio é performers. perry com certeza pode cantar, mas sua voz tem o mesmo gosto de chuchu em todas as músicas.

daí você tem o álbum "teenage dream" cheio de canções absolutamente genéricas, cantadas por essa linda garota com fascinantes olhos de coruja e... só, no emotion, no excitação, no nada... boring. a canção título é a única que soa marcante, a única que nós do hemisfério sul ainda lembraremos em dezembro quando estivermos na praia, porque seu gosto de maresia é delicioso.

mas, obviamente, a canção deve isso aos produtores. e, só pra constar, um dos autores e produtores de "teenage dream" - a canção - é max martin. martin who? google-o e leia a lista de hits-me-baby-one-more-time que ele tem.

7 de outubro de 2010

#VideoDuJour 3



hoje é quinta! já é fim de semana!!! então a palavra de ordem é REBOLAR!!!

"hollaback girl" foi uma das músicas em que mais fui viciado; apenas porque ela não passava pela cabeça ou ouvidos, ela ia "direto-pra-bunda"!

naquela época [4 a 5 anos atrás] eu nem tinha galgado esse termo para descrever uma música, mas obviamente, minha bunda enrustida já entendia sua essência. co-escrita e produzida pelo N.E.R.D. [pharrell aparece no clipe], a faixa tem batida e melodia tão envolventes que raramente você a processa pela mente.

nessa minha revisitação neuroticona deste álbum "love.angel.music.baby" de gwen stefani, relembro do quão bem construída é sua estética. praticamente uma "colcha de retalhos", os diferentes estilos, que variam [em sua maioria] dos anos 1980 a 1990, soam quase como um capítulo do livro sagrado da "colagem pop" que tem sido a primeira década do século XXI. ouçam "danger zone", 11a faixa do álbum, e comparem com ladyhawke: gwen stefani been there and done that, baby!

porém, nada de análise: hoje é quinta! dia de começar a rebolar!

#VideoDuJour 2

http://www.estadao.com.br/estadaodehoje/20101002/not_imp618576,0.php#noticia

hoje não é vídeo. hoje é política.

fiquei as eleições inteiras sem dar uma palavra sobre isso. política não é algo que se discute inflamadamente de 2 em 2 anos, quando se coloca no avatar do orkut a foto do seu candidato. política é o dia-a-dia quando você acorda de manhã, chega na sala de aula atrasado e tenta convencer o professor a retirar sua falta, apesar de você ter chegado 1 hora após a chamada. política é a dona de casa que vai pra feira e tenta convencer o feirante a vender aquela banana por menos que o indicado.

a maioria das pessoas que conheço raramente sentam para deliberadamente discutir essas questões e outras mais do cotidiano que definem diariamente a política. enquanto isso, formei minha visão e postura político-partidária [essa da época de eleições] baseadas na minha vivência e na observação da coerência entre os discursos e atitudes das pessoas ao meu redor, e o que é comumente designado como realidade.

a semanas do 1o turno sou bombardeado por scraps, feeds de facebook e emails com as mais variadas formas de propaganda partidária. minha irritação vem do fato de que ninguém, ao longo do ano, veio me perguntar o que eu pensava sobre o governo e o que eu esperava do próximo presidente.

o link é para um artigo da psicanalista maria rita kehl publicado no estadão em 2 de outubro de 2010. ele resume, basicamente, o que eu penso sobre a classe média brasileira e porque eu levo muito pouco em consideração a opinião dos meus amigos e "companheiros de classe média" na hora de escolher meu candidato à presidência.que venha 31 de outubro e que até lá ninguém venha me convencer em quem votar.

#VideoDuJour 1



Uma vez, eu e Purki discutíamos como o show de Lady Gaga, a julgar pelas gravações bootleg que há por aí no youtube, aparentemente tem uma péssima iluminação. A luz de um espetáculo qualquer é a vice coisa-mais-importante, por ser justamente ela quem dá força visual ao teor emocional da performance.

Nesta performance de "The One", faixa de seu décimo álbum "X", Kylie Minogue dá exemplo de como uma criativa iluminação eleva a performance a patamares paradisíacos: a simples projeção de uma sombra espiral dá o efeito hipnótico que a própria canção já traz. Some a isso os ângulos e close-ups quase voyeuristas que a câmera faz de Minogue e seu olhar, e das adoráveis dançarinas francesas do "Crazy Horse". É simples, mas um trabalho muito bem produzido por um artista pop.